O azulejo
Evolução histórica e técnica
Os primeiros azulejos fabricados na Península Ibérica foram criados conjugando
as técnicas, temas e formas dos povos árabes e cristãos.
Após a reconquista cristã muitas comunidades árabes viveram no território que é
hoje ocupado por Portugal e Espanha.
Nesta época, surgem os azulejos alicatados. Como não se conheciam técnicas de
pintura que permitissem que as tintas não se misturassem durante a cozedura,
eram feitas placas de barro de uma só cor. Estas placas eram cortadas com um tipo
de alicate, de modo a permitirem obter determinados efeitos, depois de colocados
em combinação com outras, de cores diferentes, obtidas pelo mesmo processo.
Mais tarde, aparecem os azulejos de aresta que eram fabricados aplicando um
molde no barro ainda cru, criavam-se relevos ou arestas, que evitavam que as
tintas de diferentes cores se misturassem durante a cozedura da argila.
Com a descoberta de um óxido liposolúvel, aparece o azulejo de corda seca.
Esta solução servia de contorno aos desenhos e permitia que os azulejos fossem
pintados de várias cores sem que estas se misturassem durante a cozedura, uma
vez que essa solução estabelecia uma barreira entre as várias cores.
No início do século XVI, o italiano Nicolau Pisano introduziu uma nova técnica
denominada majólica. Esta técnica permitia pintar azulejos de superfície lisa, sem
que as tintas se misturassem durante a cozedura. Assim os azejuladores ibéricos
renovaram as suas formas e introduziram novos motivos.
Mais tarde a azulejaria portuguesa sofreu a influência holandesa, houve uma
grande evolução nas técnicas, foram introduzidos temas e desenvolvidos novos
padrões.
Nesta altura aparece o azulejo tipo avulso. Estes eram já fabricados em série,
portanto, em maior quantidade e permitia que fossem adquiridas as quantidades
necessárias para que se produzissem determinados efeitos.
Nesta época começam a aparecer as paredes de muitas igrejas quase
inteiramente revestidas de azulejos.
A cor predominante era o azul, por influência da louça pintada desta cor, que
chegava do Oriente.
Mas é no século XVIII que a azulejaria portuguesa afirma sua grande
originalidade. Aparecem os painéis, por vezes de grandes dimensões, que recriam
temas religiosos.
É nesta época que aparecem as molduras pintadas com decorações
exuberantes, sendo muitas vezes a parte superior dos painéis recortada de acordo
com os desenhos, são os painéis de cabeceira recortada.
O gosto pela azulejaria pintada a azul-cobalto estende-se aos palácios dos
nobres. Era hábito serem colocados nas entradas e patamares das casas ou dos
jardins painéis que retratavam cenas de caça, da história de Portugal e das estações
do ano caçadas, etc.
São também desta época as figuras de convite que consistiam em formas
recortadas de criados fardados a rigor, em posição de receber os visitantes.
No século XIX, os azulejos passaram a ser produzidos em série, nas fábricas, por
processos mais mecanizados e menos artesanais e começaram a aparecer as
fachadas dos prédios revestidas a azulejo.
No início do século XX, os azulejos eram decorados à maneira “Arte Nova”, estilo
decorativo e arquitectónico característico desta época.
domingo, 4 de outubro de 2009
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