domingo, 4 de outubro de 2009

AZULEIJO

O azulejo


Evolução histórica e técnica

Os primeiros azulejos fabricados na Península Ibérica foram criados conjugando

as técnicas, temas e formas dos povos árabes e cristãos.

Após a reconquista cristã muitas comunidades árabes viveram no território que é

hoje ocupado por Portugal e Espanha.

Nesta época, surgem os azulejos alicatados. Como não se conheciam técnicas de

pintura que permitissem que as tintas não se misturassem durante a cozedura,

eram feitas placas de barro de uma só cor. Estas placas eram cortadas com um tipo

de alicate, de modo a permitirem obter determinados efeitos, depois de colocados

em combinação com outras, de cores diferentes, obtidas pelo mesmo processo.

Mais tarde, aparecem os azulejos de aresta que eram fabricados aplicando um

molde no barro ainda cru, criavam-se relevos ou arestas, que evitavam que as

tintas de diferentes cores se misturassem durante a cozedura da argila.

Com a descoberta de um óxido liposolúvel, aparece o azulejo de corda seca.

Esta solução servia de contorno aos desenhos e permitia que os azulejos fossem

pintados de várias cores sem que estas se misturassem durante a cozedura, uma

vez que essa solução estabelecia uma barreira entre as várias cores.

No início do século XVI, o italiano Nicolau Pisano introduziu uma nova técnica

denominada majólica. Esta técnica permitia pintar azulejos de superfície lisa, sem

que as tintas se misturassem durante a cozedura. Assim os azejuladores ibéricos

renovaram as suas formas e introduziram novos motivos.

Mais tarde a azulejaria portuguesa sofreu a influência holandesa, houve uma

grande evolução nas técnicas, foram introduzidos temas e desenvolvidos novos

padrões.

Nesta altura aparece o azulejo tipo avulso. Estes eram já fabricados em série,

portanto, em maior quantidade e permitia que fossem adquiridas as quantidades

necessárias para que se produzissem determinados efeitos.

Nesta época começam a aparecer as paredes de muitas igrejas quase

inteiramente revestidas de azulejos.

A cor predominante era o azul, por influência da louça pintada desta cor, que

chegava do Oriente.

Mas é no século XVIII que a azulejaria portuguesa afirma sua grande

originalidade. Aparecem os painéis, por vezes de grandes dimensões, que recriam

temas religiosos.

É nesta época que aparecem as molduras pintadas com decorações

exuberantes, sendo muitas vezes a parte superior dos painéis recortada de acordo

com os desenhos, são os painéis de cabeceira recortada.

O gosto pela azulejaria pintada a azul-cobalto estende-se aos palácios dos

nobres. Era hábito serem colocados nas entradas e patamares das casas ou dos

jardins painéis que retratavam cenas de caça, da história de Portugal e das estações

do ano caçadas, etc.

São também desta época as figuras de convite que consistiam em formas

recortadas de criados fardados a rigor, em posição de receber os visitantes.

No século XIX, os azulejos passaram a ser produzidos em série, nas fábricas, por

processos mais mecanizados e menos artesanais e começaram a aparecer as

fachadas dos prédios revestidas a azulejo.

No início do século XX, os azulejos eram decorados à maneira “Arte Nova”, estilo

decorativo e arquitectónico característico desta época.

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